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Hélio Oiticica |
Hélio Oiticica foi o artista escolhido pelo nosso grupo para a visita a Inhotim. Nasceu em 1937 e faleceu em 1980, ambos no Rio de Janeiro. Foi um artista perfomático, pintor e escultor. Em 1954 escreveu seu primeiro texto sobre artes plásticas e a partir daí isso se torna um hábito. Em 1959 abandona os trabalhos bidimensionais e cria relevos espaciais, bólides, capas, estandartes, tendas e penetráveis. Um dos episódios polêmicos em que esteve envolvido ocorreu na mostra Opinião 65 quando seus amigos integrantes da escola de samba Mangueira são impedidos de entrar, e é expulso do museu. Realiza, então, uma manifestação coletiva em frente ao museu, na qual os Parangolés são capas vestidas pelos sambistas. O Parangolé foi criado por Hélio Oiticica em 1960, que era por ele chamada de 'antiarte por excelência. As capas são feitas com panos coloridos (que podem levar reproduções de palavras e fotos) interligados, revelados apenas quando a pessoa se movimenta. A cor ganha um dinamismo no espaço através da associação com a dança e a música. A obra só existe plenamente, portanto, quando da participação corporal: a estrutura depende da ação. A cor assume, desse modo, um caráter literal de vivência, reunindo sensação visual, táctil e rítmica. O participante vira obra ao vesti-lo, ultrapassando a distância entre eles, superando o próprio conceito de arte. Ao vestir o Parangolé o corpo não é suporte da obra.Oiticia diz que se trata de "incorporação do corpo na obra e da obra no corpo". Nessa espécie de anti-arte, diz Oiticia, "o objetivo é dar ao público a chance de deixar de ser público espectador, de fora, para participante na atividade criadora".
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Nildo da Mangueira, com Parangolé, 1964 |
Hélio fez também o Tropicália que mais tarde inspirou o movimento tropicalista na música brasileira. Para o artista essa era a primeira tentativa de criar um arte genuinamente brasileira. O Tropicalismo tinha como pré-requisito a ideia de que o ambiente só funciona com a inclusão do visitante.
Vive em Nova York na maior parte da década de 1970. Após seu falecimento, é criado, em 1981, no Rio de Janeiro o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar, analisar e divulgar sua obra, dirigido por Lygia Pape, Luciano Figueiredo e Waly Salomão. Em 2009 um incêndio na residência de César Oiticica, destruiu parte do acervo de Hélio Oiticica.
Fotos: Divulgação
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